“Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” — JESUS, (Marcos, 8.36)
1 Lembra-te de viver, conquistando a glória eterna do espírito.
2 Diariamente retiram-se da Terra criaturas cujo passo se imobiliza nos angustiosos tormentos da frustração…
3 Estendem os braços para o ouro que amontoaram, contudo… esse ouro apenas lhes assegura o mausoléu em que se lhes guardam as cinzas.
4 Alongam a lembrança para o nome em que se ilustraram nos eventos humanos, todavia… quase sempre a fulguração pessoal de que se viram objeto apenas lhes acorda o coração para a dor do arrependimento tardio.
5 Contemplam o campo de luta em que desenvolveram transitório domínio, mas… não enxergam senão a poeira da desilusão que lhes soterra os sonhos mortos.
6 Sim, em verdade, passaram no mundo em carros de triunfo na política, na fortuna, na ciência, na religião, no poder…
7 No entanto, incapazes do verdadeiro serviço aos semelhantes, enganaram tão somente a si próprios, no culto ao egoísmo e ao orgulho, à intemperança e à vaidade que lhes devastaram a vida.
E despertam, além da morte, sem recolher-lhe a renovadora luz.
8 Recorda os que padecem na derrota de si mesmos, depois de se acreditarem vencedores, dos que choram as horas perdidas, e procura, enquanto é hoje, enriquecer o próprio espírito para o amanhã que te aguarda, porque, consoante o ensino do Senhor, nada vale reter por fora o esplendor de todos os impérios do mundo, conservando a treva por dentro do coração.
Emmanuel
(Reformador, fevereiro de 1957, p. 28)