O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras sublimes — Autores diversos


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Ao missionário da ordem

1 Meu amigo, meu irmão, que o Justo Juiz te ilumine a inteligência e fortaleça o coração.

2 Não te falta o socorro e é por isso que te pedimos prosseguir, sem desfalecimento, na missão de que foste revestido pelo Supremo Poder. Sabemos que as tuas noites são cheias de vigílias dolorosas. Assombram-te, muitas vezes, os quadros do caminho redentor, repleto de responsabilidades diversas. Não temas, porém. As tuas provações de homem, no campo doméstico, e os infinitos cuidados que te impõe a vida social são bem pesados, bem o reconhecemos. Entretanto, é preciso serenar o coração e seguir avante.

3 A missão de julgar é efetivamente angustiosa para quantos receberem de Jesus mais avançadas concepções do direito humano. O juiz reto sofre amarguras interiores e experimenta aflições de toda sorte, porque a conceituação de humanidade encontra, em seu raciocínio e em sua sensibilidade, esfera mais vasta para a necessária dilatação. Contudo, não podemos prescindir dos missionários da ordem. 4 A toga é sagrada na medicação do organismo coletivo e há que examinar a heterogeneidade dos caracteres, na estrada da evolução, para compreendermos semelhante exigência. 5 É por essa razão que te rogamos calma e coragem no desempenho dos teus deveres humanos e divinos. Aceita as injunções do teu cargo à maneira de embarcação no oceano encapelado à procura do porto de tua paz íntima. 6 Os padecimentos intelectuais que te perturbam frequentemente, nesse mister, decorrem do passado distante, que, muitas vezes, julgaste sem maior consideração.

7 Conheceste o tormento de todos aqueles que lavram sentenças imponderadas e iníquas. É por esse motivo que a tua situação, embora honrosa e digna, constitui doloroso sacerdócio para a tua alma sensível. 8 Segue, todavia, com a lâmpada do Cristo nas mãos operosas. Essa claridade sublime que brilha, sem ofuscar, iluminar-te-á os olhos inteligentes na emissão de todos os despachos que a Justiça reclama de tua mente.

9 No exame dos processos mais comuns, lembra-te, meu irmão, que amigos abençoados te auxiliam e orientam, cooperando em tuas reflexões e despachos fraternos. 10 Tenha a calma e a ponderação como duas conselheiras permanentes de teu caminho e encontrarás sempre a porta de Jesus tocada de sublimes inspirações para o teu Espírito sinceramente interessado em servir ao divino Mestre. 11 Procura o aspecto mais nobre, o ângulo mais elevado, a particularidade mais digna no desdobramento de teus esforços, no campo da luta construtiva. 12 Entretanto, se é preciso salientar a grandeza da absolvição, que liberta e restaura, não podes igualmente esquecer que o organismo social do mundo ainda apresenta zonas enfermiças e cancerosas. E o sacerdote da ordem e da segurança, em numerosas ocasiões, é compelido a desempenhar as funções do médico — isolando e amputando, curando chagas e sanando deformações. 13 Em todas as minudências do caminho, procura o amparo da Inspiração Divina, que te segue de perto, através de companheiros leais, desde muitos séculos, associados ao teu Espírito na obra de redenção.

14 Adeus. E que a paz do Senhor habite em teu coração, como o mais precioso dom de vida eterna, são os votos do amigo e servo humilde, n


Emmanuel



Reformador — Abril de 1946.


[1] Segundo consta do original, a mensagem foi psicografada em 14 de março de 1946, sem referência de local, e foi destinada ao Dr. Lafaiete Dutra Ateniense, juiz de Direito da Comarca de Piranga, no Estado de Minas Gerais, que a enviou a Reformador para publicação.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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