O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras sublimes — Autores diversos


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Ágape espiritual

1 Meus irmãos e meus amigos, que Jesus vos conserve o coração em santa paz.

2 Não desejamos perturbar a tranquilidade sagrada da vossa palestra amiga e fraternal. Se a trocastes por um momento de comunhão com o invisível, deveis considerar que através de vossos conceitos fluía o espírito do amor e da cordialidade no fermento divino do Evangelho.

3 Não podemos trazer a vós outros uma emoção nova, nesse sentido, e em nosso coração ressoa esse eco de amizade doce que faz da vida terrena uma travessia menos fadigosa.

4 Simples irmão mais velho, não me atrevo a pintar panoramas novos para a vossa mentalidade esclarecida à luz das lições imortais de Jesus Cristo.

5 De bom grado, associamo-nos ao vosso ágape espiritual, endossando as opiniões expendidas e corroborando o vosso critério evangélico no mecanismo das atividades doutrinárias.

6 Nenhuma mensagem do Plano espiritual pode apresentar características mais empolgantes que o divino roteiro estabelecido pelo divino Mestre há dois mil anos, com vistas ao progresso infinito das almas. 7 Debalde, os emissários das ideias novas falarão ao mundo recorrendo a todos os processos da retórica e da dialética humanas. Em vão, as ideologias políticas desfraldarão bandeirolas ao vento, ao rufo melancólico de tambores, e é inútil que a ciência e a religião, em seus polos dogmáticos, prossigam na luta dos seus antagonismos irreconciliáveis. 8 A revelação divina, no coração das criaturas, a sagrada compreensão do Cristianismo redivivo são as únicas lâmpadas de claridade imortal esclarecendo o verdadeiro caminho das civilizações. Ante a sua grandeza, todas as ilusões do mundo são como a onda leve, ou como a neblina evanescente.

9 Os homens marcharão ainda uns contra os outros, tripudiando sobre as mais formosas e imperecíveis leis de fraternidade universal, separados pelo simbolismo das bandeiras, obedecendo, muitas vezes, a poderosos imperativos de sua natureza quase semibárbara, embora as expressões de refinamento da sociedade ocidental. 10 Todavia, é preciso considerar que sobre a maioridade terrestre flutua o período de tempo equivalente a vinte séculos consecutivos. Por todo esse patrimônio inestimável de tempo, o Mestre tem aguardado a compreensão do seu rebanho, dentro das cariciosas expressões de seu amor divino.

11 É por esse motivo que junto dos horizontes sombrios do plano internacional legiões de trabalhadores dos Planos invisíveis são convocados para a aferição dos valores humanos na época que passa. 12 Numerosas transições assinalam as vossas atividades consuetudinárias e a indecisão paira sobre a fronte dos povos, atormentados pelos fantasmas da ambição e do extermínio. Lá fora, nas agitações imensas do mundo, esse é o painel dos acontecimentos. 13 Entre as coroas que se estraçalham, entre os poderes políticos que se chocam, fragorosamente vacilam as cátedras e desmoronam as sacristias.

14 Os religiosos do “sepulcro caiado” ( † ) recordam somente hoje que o esforço e as lágrimas dos mártires terminaram nas pedras frias das catedrais sem alma, embora as suas características de munificência.

15 Imensa é a luta. Os novos trabalhos, as perspectivas penosas da tarefa educativa assombram os mais tímidos, mas no meio da tempestade há corações de inspirados que trabalham e esperam. Para estes, a fé está sempre tocada de um cântico de hosanas. Sabem entender o jugo suave do Mestre e embalde os convoca o mundo para a sua destruição e para os seus dolorosos atritos.

16 É por essa razão, amigos, que comungamos convosco, esta noite, prendendo aos vossos os nossos corações, cheios de boa vontade. Orai e vigiai. ( † ) Continuai agindo assim e que os vossos lares, precedendo as realizações do porvir, sejam os templos da paz e da fé, onde a sublime confiança em Jesus pontifique todos os dias no altar íntimo do coração.

17 Que Deus vos abençoe e vos conceda muita paz. Que Jesus vos guarde em seu amor, derramando sobre os vossos Espíritos a sua divina bênção é a rogativa do vosso irmão e servo,


Emmanuel



Reformador — Julho de 1939. n


[1] Mensagem recebida em 7 de junho de 1939, por ocasião da visita do vice-presidente da FEB à época, Manuel Justiniano de Freitas Quintão, a Chico Xavier na cidade de Pedro Leopoldo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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