O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras sublimes — Autores diversos


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Evangelho à luz do Espiritismo

1 A mensagem do Evangelho, interpretado à luz do Espiritismo, vem, na época esperada, esclarecer a mentalidade humana no tocante aos grandes problemas da sua personalidade imortal a caminho dos mais gloriosos destinos.

2 O desmantelo a que chegaram as instituições incumbidas, no planeta, de zelar pelos patrimônios da moral, a decadência quase reconhecida dos processos políticos para diminuir os graves enigmas que preocupam, no momento, a existência dos povos, fazem supor que a intervenção divina está divorciada de todas as questões que espantam as coletividades humanas dentro do seu complicado mecanismo e em face da sua transcendência.

3 Podemos, porém, afiançar-vos de que, sem individualismos, a Providência Divina vela pelo planeta, que jamais se encontra à revelia da Sua misericórdia. 4 O que ocorre, nesse quadro desolador do desdobramento das atividades do homem atual, dentro do vosso século de notáveis avanços científicos, é o resultado do antagonismo, da incompreensão, da inércia e do descaso humanos diante dos magnos problemas de ordem moral que as religiões não conseguiram resolver, desde o momento em que deslocaram os seus objetivos para o centro dos interesses materiais. 5 O livre-arbítrio do homem, e da coletividade, é o que opera em vossa época, porquanto, os lamentáveis acontecimentos que caracterizam a atualidade não representam a concretização da vontade do Criador, pois a destruição jamais poderia constituir parte integrante das leis providenciais que regem o Universo. 6 Há a necessidade de um entendimento mais profundo por parte do homem com respeito às diretrizes espirituais da vida, porque todas as crises econômicas e sociais são derivados lógicos e imediatos da crise moral que vem subjugando o vosso mundo.

7 Nesta hora, todas as nações que detêm consigo o cetro do progresso e da cultura estão assombradas diante dos perigos iminentes. A visão da guerra as impressiona e subjuga. O fantasma do passado está sempre aí, rememorando as épocas tigrinas. 8 A invasão, a chacina, as lutas fratricidas condenadas por todas as vozes que se dirigiram ao orbe em nome da Potência Suprema do Universo aí revivem em moldes de perversidades cada vez mais requintadas, e o coração da humanidade sofredora se dilacera no círculo dessas vibrações antagônicas e destruidoras. 9 As guerras de antanho, feitas pela ambição das conquistas, são hoje metamorfoseadas em movimentos de expansionismos injustificáveis e em vez de criarem os povos leis benfazejas, que regulem os fenômenos sociais, abalançam-se a temerosas aventuras, contrariando as disposições de todos os estatutos outorgados ao planeta pelas experiências da civilização. 10 Cabe-nos, pois, trabalhar, para que as lições evangélicas, ao clarão das verdades espiritualistas, se espalhem no mundo, iluminando os corações e integrando as almas em conhecimento dos seus sagrados deveres em face da vida.

11 Os programas políticos são hoje quase todos falhos de soluções objetivas, capazes de beneficiar as coletividades. 12 E para que um surto de loucura coletiva não subjugue o mundo como alucinação generalizada, destruindo todas as disposições da ordem social, voltemos os olhos e as atividades para o fraternismo, que terá de florescer [da] soberba base do Evangelho de Jesus. 13 As classes nunca serão eliminadas, porque nem a própria morte extingue as hierarquias, mas faz-se mister conciliar os interesses de todos, conjugando-os para o bem-estar social e elevando as aspirações de todos para o ideal supremo dos Planos superiores. 14 Assim, portanto, lutemos esforçadamente e não duvidemos de que a bondade de Jesus, Senhor e Mestre, estará ao vosso lado, norteando a vossa tarefa e os vossos grandiosos anelos.


Bittencourt Sampaio



Reformador — 1º de fevereiro de 1936.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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