O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Palavras sublimes — Autores diversos


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Em benefício da coletividade

1 Paira uma nuvem de apreensões no céu do torrão brasileiro, onde Ismael desfraldou o seu lábaro de paz e de concórdia, alicerçando as conquistas do Evangelho de Jesus, em espírito e verdade. Uma angústia incoercível domina as almas que se sentem ameaçadas de assalto à liberdade de consciência, impostergável direito do espírito humano, patrimônio sagrado do “ego”! Soberano, inextorquível.

2 É, porém, nesses necessários períodos de transição, inseguros, imprecisos, que a crença tem de fortalecer o indivíduo em benefício da coletividade. Todos os saberes da lição cristã devem esperar essas fases dolorosas e amargas para os agrupamentos humanos, confiantes, todavia, na promessa evangélica.

3 Uma renovação se processa de há muito para a humanidade e é natural a confusão dos menos avisados. É certo que vem precedida de muitas dores, porque dói ao homem materializado afastar-se das suas criminosas paixões, incubadas atavicamente através de tantos séculos. São precisos, portanto, os sofrimentos purificadores, não só no terreno pessoal já que sempre existiram as provações coletivas.

4 A ameaça de coação à consciência emancipada e independente da época hodierna, coação que representará uma alienação no já evoluído e luminoso domínio das conquistas jurídicas, é natural como fato decorrente do desleixo pela justiça e do esquecimento condenável dos códigos sociais e divinos. Há, porém, a responsabilidade e a lei indefectível das reações espontâneas e, sobretudo, temos de considerar que se arbitrar é um direito no mundo da individualidade, progredir é a lei da coletividade, lei reguladora do destino de todos os seres em conjunto e que dimana da Causa Suprema, para a qual toda personalidade evolui, tendo a sua visão limitada a um plano restrito, desconhecendo, portanto, os altos e sábios desígnios da Providência.

5 Na terra magnânima do Brasil, a hora é de apreensões morais e o Espiritismo, que é a mensagem da paz e da unificação para o homem sofredor da atualidade, pede apenas aos que integram as suas fileiras que se conservem no âmbito das iniciativas sadias que objetivam o bem sob as suas inúmeras modalidades, sem ódios ou sectarismos dispersivos, conscientes de que todo personalismo é inútil como demonstração do injustificável orgulho humano.

5 Que cada um trabalhe para o mesmo fim de regeneração e de paz dentro da esfera onde foi chamado a operar e viver. E todos unidos, numa coesão admirável, vibrando na mesma aspiração de fraternidade, atuem com uma só preocupação, a do bem coletivo, e, firmes nos seus postos, sigam o carro fulgurante da evolução, porquanto obstáculo algum tolherá os passos ao progresso universal.

7 Que a política individualista ou facciosa lance decretos sub-reptícios; que uma ideia deturpada se levante, impondo-se filauciosamente; que a perseguição à liberdade espiritual avulte, como fantasma ameaçador; que nuvens enegrecidas assomem nos horizontes, prometendo espalhar miasmas daninhos; confiem todos na bondade de Jesus, com serenidade e ânimo, com humildade ante a onisciência do Criador, porque o progresso não é uma figura, uma ficção ou um problema metafísico. Impugná-lo será ignorância, cerceá-lo, uma loucura, sofrer pela sua expansão, uma glória.
O futuro no-lo dirá!

8 Que todos caminhem com o pensamento fixo em Deus, corações imersos na esperança espiritual e mãos mergulhadas na prática do Evangelho.


Um enviado de Ismael



Reformador — 16 de setembro de 1933.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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