1 O avarento Juquinha Vigilato
Tinha nota e mais nota, a mala cheia,
E morava num rancho de correia,
Quase à beira do rio Carrapato.
2 Se um mendigo pedisse um pão no prato,
Respondia: “Ah! meu filho, a vida é feia!
Se eu tivesse um tostão para candeia,
Não passava uma noite aqui no mato.”
3 Veio um ano chuvoso… De repente,
Desceu de madrugada enorme enchente,
Chuvarada de tempo carrancudo…
4 Juquinha trepou logo num salgueiro,
Mas, enquanto gritava: “Ai, meu dinheiro!…”
A enchente levou nota, mala e tudo.
Cornélio Pires
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