1 Via-vos, áureos sóis, por lágrimas nas trevas
Que Deus chorasse em torno à Terra de onde vim!…
Liberto agora à luz das plagas do sem-fim,
Fito-vos a amplidão das grandezas primevas…
2 Ah! Pobre coração, a que porto te elevas,
No etéreo mar varrido a fogo carmesim?
Reconsidera, pensa e detém-te, — ai de mim! —
Perquirindo o montão das dívidas longevas!…
3 Precedendo incursões miríficas na Altura,
Impõe-te a Lei voltar ao lodo que te apura,
A sofrer, vendo ao longe o Sonho, a Pátria, o Lar!…
4 Retorna à cruz do corpo, ama, chora e confia;
Amando e padecendo, alcançarás, um dia,
A força de ascender e a glória de chegar.
Antônio Azevedo
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