1 Se trabalhas na porta,
Ao acolher alguém,
Oferta de ti mesmo
A mensagem do bem.
2 A porta aberta exige vigilância,
Justo pensemos nisso;
A prudência, entretanto, não exclui
Atenção e serviço.
3 Frequentemente aquele que te busca,
Ainda mesmo quando não te agrade,
É um companheiro que procede, em crise,
Da terra triste da necessidade.
4 Viajores, pedintes, consulentes
Nem sempre se revelam como são…
Muito Espírito nobre do caminho
Traz cravadas no peito as marcas da aflição.
5 A porta unida à rua
É um dos pontos mais santos que há no lar;
Se te dispões a receber quem chama,
Exerce o privilégio de ajudar…
6 Fôssemos nós da fila dos que passam
Na longa e desditosa caravana,
Quanto agradecimento a quem nos desse
Leve parcela de ternura humana!
7 O olhar de compreensão, o sorriso de paz,
O entendimento, uma palavra boa,
São migalhas de amor que enaltecem a vida
E que a vida abençoa…
8 Crês na esperança como crês no Céu,
Dizes que a caridade te conforta,
Não negues, desse modo, a quem te pede auxílio
À bondade na porta.
Manoel Monteiro
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