1 Vejo-te, herói marcial… Soam clarins e trompas.
Brandes a espada ao sol, estrondeia a batalha!…
Gritas, no infando caos e, ao grito da metralha,
Lamenta o povo a guerra, a pedir que a interrompas.
2 Ao teu carro triunfal de púrpuras e pompas,
Tudo treme, maldiz, soluça e se estraçalha…
Segues e o próprio chão faz-se fogo e fornalha,
Nem cerco, assédio, praça ou muro que não rompas!…
3 Amedalhado soba, ergues, árdego, a pluma!…
Surge a morte, no campo, e o peito se te embruma…
Vencido, as emoções em blasfêmias sublevas!…
4 Mas, reencarnado, enfim, guardas, por elmo e escudo,
O corpo mutilado, inerme, surdo, mudo,
E o choro de quem lembra o naufrágio nas trevas!…
Valentim Magalhães
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