1 Abstendo-nos de qualquer digressão, científica, porquanto os livros técnicos de educação usual são suficientemente esclarecedores no que se reporta aos aspectos exteriores do corpo humano, lembremo-nos de que o Espírito, inquilino da casa física, lhe preside à formação e à sustentação, consciente ou inconscientemente, desde a hora primeira da organização fetal, não obstante quase sempre sob os cuidados protetores de Mensageiros da Providência Divina.
2 Trazendo consigo mesmo a soma dos reflexos bons e menos bons de que é portador, segundo a colheita de méritos e prejuízos que semeou para si mesmo no solo do tempo, o Espírito incorpora aos moldes reduzidos do próprio ser as células do equipamento humano, associando-as à própria vida, desde a vesícula germinal.
3 Amparado no colo materno, estrutura-se-lhe o corpo mediante as células referidas, que, em se multiplicando ao redor da matriz espiritual, como a limalha de ferro sobre o ímã, formam, a princípio, os folhetos blastodérmicos de que se derivam o tubo intestinal, o tubo nervoso, o tecido cutâneo, os ossos, os músculos, os vasos.
4 Em breve, atendendo ao desenvolvimento espontâneo, acha-se o Espírito materializado na arena física, manifestando-se pelo veículo carnal que o exprime. 5 Esse veículo, constituído por bilhões de células ou individuações microscópicas, que se ajustam aos tecidos sutis da alma, partilhando-lhes a natureza eletromagnética, lembra uma oficina complexa, formada de bilhões de motores infinitesimais, movidos por oscilações eletromagnéticas, em comprimento de onda específica, emitindo irradiações próprias e assimilando as irradiações do Plano em que se encontram, tudo sob o comando de um único diretor: a mente.
6 Desde a fase embrionária do instrumento em que se manifestará no mundo, o Espírito nele plasma os reflexos que lhe são próprios.
7 Criaturas existem tão conturbadas além-túmulo com os problemas decorrentes do suicídio e do homicídio, da delinquência e da viciação, que, trazidas ao renascimento, demonstram, de imediato, os mais dolorosos desequilíbrios, pela disfunção vibratória que os cataloga nos quadros da patologia celular.
8 As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a que nos conduzimos no pretérito próximo, reclamando-nos a internação na Esfera física, às vezes por prazo curto, para tratamento da desarmonia interior em que fomos comprometidos.
9 Surgem, porém, outras cambiantes dos reflexos do passado na existência do corpo. 10 Causas amargas de mutilações e doenças são guardadas na profundez de nosso campo espiritual, como sementes de agressivo espinheiro que nós mesmos acalentávamos, no obscuro terreno da culpa disfarçada e dos remorsos ocultos. 11 São plantações de tempo certo que a lei de ação e reação governa, vigilante, com segurança e precisão.
12 É por isso que, muitas vezes, consoante os programas traçados antes do berço, na pauta da dívida e do resgate, a criatura é visitada por estranhas provações, em plena prosperidade material, ou por desastres fisiológicos de comovente expressão, quando mais irradiante se lhe mostra a saúde.
13 Contudo, é imperioso lembrar que reflexos geram reflexos e que não há pagamento sem justos atenuantes, quando o devedor se revela amigo da solução dos próprios débitos.
14 A prática do bem, simples e infatigável, pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio.
Emmanuel