1 Comparemos a mente humana — espelho vivo da consciência lúcida — a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.
2 Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estímulo ao trabalho; 3 o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; 4 o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; 5 o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, 6 e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.
7 Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
8 A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.
9 A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.
10 Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.
11 A eletricidade é energia dinâmica.
12 O magnetismo é energia estática.
13 O pensamento é força eletromagnética.
14 Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do Espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.
15 A Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.
16 O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; 17 no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.
18 Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, 19 a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, 20 a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, 21 e a Memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
22 Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.
23 Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, 24 porque a sintonia constitui lei inderrogável, 25 mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.
Emmanuel