“E disse: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo.” — (MATEUS, 27.4)
1 A palavra da maldade humana é sempre cruel para quantos lhe ouvem as criminosas insinuações.
2 O caso de Judas demonstra a irresponsabilidade e a perversidade de quantos cooperam na execução dos grandes delitos.
3 O espírito imprevidente, se considera os alvitres malévolos, em breve tempo se capacita da solidão em que se encontra nos círculos das consequências desastrosas.
4 Quem age corretamente encontrará, nos felizes resultados de suas iniciativas, aluviões de companheiros que lhe desejam partilhar as vitórias; entretanto, muito raramente sentirá a presença de alguém que lhe comungue as aflições nos dias da derrota temporária.
5 Semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente.
6 A experiência amarga de Judas repete-se com a maioria dos homens, todos os dias, embora em outros setores.
7 Há quem ouça delituosas insinuações da malícia ou da indisciplina, no que concerne à tranquilidade interior, às questões de família e ao trabalho comum. Por vezes, o homem respira em paz, desenvolvendo as tarefas que lhe são necessárias; todavia, é alcançado pelo conselho da inveja ou da desesperação e perturba-se com falsas perspectivas, penetrando, inadvertidamente, em labirintos escuros e ingratos. 8 Quando reconhece o equívoco do cérebro ou do coração, volta-se, ansioso, para os conselheiros da véspera, mas o mundo inferior, refazendo a observação a Judas, exclama em zombaria: — “Que nos importa? Isso é contigo.”
Emmanuel