“E respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” — (LUCAS, 23.43)
1 À primeira vista, parece que Jesus se inclinou para o chamado bom ladrão, através da simpatia particular.
2 Mas, não é assim.
O Mestre, nessa lição do Calvário, renovou a definição de paraíso.
3 Noutra passagem, Ele mesmo asseverou que o Reino Divino não surge com aparências exteriores. ( † ) Inicia-se, desenvolve-se e consolida-se, em resplendores eternos, no imo do coração.
4 Naquela hora de sacrifício culminante, o bom ladrão rendeu-se incondicionalmente a Jesus-Cristo. 5 O leitor do Evangelho não se informa, com respeito aos porfiados trabalhos e às responsabilidades novas que lhe pesariam nos ombros, de modo a cimentar a união com o Salvador, todavia, convence-se de que daquele momento em diante o ex-malfeitor penetrará o Céu.
6 O símbolo é formoso e profundo e dá ideia da infinita extensão da Divina Misericórdia.
7 Podemos apresentar-nos com volumosa bagagem de débitos do passado escuro, ante a verdade; mas desde o instante em que nos rendemos aos desígnios do Senhor, aceitando sinceramente o dever da própria regeneração, avançamos para região espiritual diferente, onde todo jugo é suave ( † ) e todo fardo é leve. 8 Chegado a essa altura, o Espírito endividado não permanecerá em falsa atitude beatífica, reconhecendo, acima de tudo, que, com Jesus, o sofrimento é retificação e as cruzes são claridades imortais.
9 Eis o motivo pelo qual o bom ladrão, naquela mesma hora; ingressou nas excelsitudes do paraíso.
Emmanuel