“Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto pois: Por que razão mandastes chamar-me?” — PEDRO (Atos, 10.29)
1 A pergunta de Pedro ao centurião Cornélio é traço de grande significação nos atos apostólicos.
2 O funcionário romano era conhecido por suas tradições de homem caridoso e reto, invocava a presença do discípulo de Jesus atendendo a elevadas razões de ordem moral, após generoso alvitre de um emissário do Céu e, contudo, atingindo-lhe o círculo doméstico, o ex-pescador de Cafarnaum interroga, sensato:
— “Por que razão mandastes chamar-me?”
3 Simão precisava conhecer as finalidades de semelhante exigência, tanto quanto o servidor vigilante necessita saber onde pisa e com que fim é convocado aos campos alheios.
4 Esse quadro expressivo sugere muitas considerações aos novos aprendizes do Evangelho.
5 Muita gente, por ouvir referências a esse ou àquele Espírito elevado costuma invocar-lhe a presença nas reuniões doutrinárias.
6 A resolução, porém, é intempestiva e desarrazoada. Por que reclamar a companhia que não merecemos?
7 Não se pode afirmar que o impulso se filie à leviandade, entretanto, precisamos encarecer a importância das finalidades em jogo.
8 Imaginai-vos chamando Simão Pedro a determinado círculo de oração e figuremos a aquiescência do venerável apóstolo ao apelo. Naturalmente, sereis obrigados a expor ao grande emissário celestial os motivos da requisição. 9 E, pautando no bom senso as nossas atitudes mentais, indaguemos de nós mesmos se possuímos bastante elevação para ver, ouvir e compreender-lhe o espírito glorioso. 10 Quem de nós responderá afirmativamente? Teremos, assim, suficiente audácia de invocar o sublime Cefas, tão somente para ouvi-lo falar?
Emmanuel