“E caindo em si, disse: — Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!” — Jesus. (LUCAS, 15.17)
1 Examinando-se a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem rico, dissipando possibilidades materiais nos festins do mundo.
2 O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades diferentes.
3 Os filhos pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro em abundância. Acomodam-se em todos os campos da atividade humana, resvalando de posições diversas.
4 Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados. Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade, através de aventuras mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do relaxamento e do crime.
5 Em toda parte, vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de saúde, de oportunidades…
6 São eles que, contemplando os corações simples e humildes, em marcha para Deus, possuídos de verdadeira confiança, experimentam a enorme angústia da inutilidade e, distantes da paz íntima, exclamam desalentados:
— “Quantos trabalhadores pequeninos guardam o pão da tranquilidade, enquanto a fome de paz me tortura o espírito!”
7 O mundo permanece repleto de filhos pródigos e, de hora a hora, milhares de vozes proferem aflitivas exclamações iguais a esta.
Emmanuel