“Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí, fazei preparativos.” — Jesus. (LUCAS, 22.12)
1 Aquele cenáculo mobilado, a que se referiu Jesus, é perfeito símbolo do aposento interno da alma.
2 À face da natureza que oferece lições valiosas em todos os planos de atividade, observemos que o homem aguarda cada dia, renovando sempre as disposições do lar. Aqui, varrem-se detritos; acolá, ornamentam-se paredes. Os móveis, quase sempre os mesmos, passam por processos de limpeza diária.
3 O homem consciencioso reconhecerá que a maioria das ações, na experiência física, encerra-se em preparação incessante para a vida com que será defrontado, além da morte do corpo.
4 Se isto ocorre com a feição material da vida terrena, que não dizer do esforço propriamente espiritual para o caminho eterno?
5 Certamente, numerosas criaturas atravessarão o dia à maneira do irracional, em movimentos quase mecânicos. Erguem-se do leito, alimentam o corpo perecível, absorvem a atenção com bagatelas e dormem de novo, cada noite.
6 O aprendiz sincero, todavia, sabe que atingiu o cenáculo simbólico do coração. Embora não possa mudar de ideias diariamente, qual acontece aos móveis da residência, dá-lhes novo brilho a cada instante, sublimando os impulsos, renovando concepções, elevando desejos e melhorando sempre as qualidades estimáveis que já possui.
7 O homem simplesmente terrestre mantém-se na expectativa da morte orgânica; o homem espiritual espera o Mestre Divino, para consolidar a redenção própria.
8 Não abandoneis, portanto, o cenáculo da fé e, aí dentro, fazei preparativos em constante ascensão.
Emmanuel