“E contentai-vos com o vosso soldo.” — JOÃO BATISTA (LUCAS, 3.14)
1 A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e bom senso.
2 Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum.
3 Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja em mártires de representações e banquetes.
4 Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de vencimentos.
5 Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos Imperscrutáveis Desígnios.
6 Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos.
7 Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranquilo.
8 Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta. Contentar-se cada servidor com o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo-Poderoso.
9 Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as concessões do Céu.
Emmanuel