O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

Perante Jesus — Emmanuel


9

O ofendido

“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim; que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” — (Mateus, 18.21)


1 “Se alguém te ofendeu, perdoa, não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.”

2 O ensinamento do Cristo define com clareza as vantagens potenciais da criatura insultada ou incompreendida.

3 Por isso mesmo, não traça o Divino Mestre quaisquer obrigações de caráter imediato para os ofensores, de vez que todos aqueles que ferem os outros esculpem para logo, na própria alma, os estigmas da culpa. E toda culpa é sempre fator de enfermidade ou perturbação.


4 Em todo processo de ofensa, quem a recebe se encontra num significativo momento de Vida Espiritual;
5 é quem dispõe do privilégio de desfazer as trevas dos gestos impensados, suscetíveis de se alastrarem em desequilíbrio;
6 quem guarda a possibilidade de preservar a coesão e a harmonia do grupo em que se integra;
7 quem conserva as rédeas da defesa íntima de quantos lhe usufruam a amizade e a convivência, ainda capazes de reações inconvenientes ou negativas à frente da injúria;
8 quem efetivamente pode auxiliar o ofensor, através da bondade e do entendimento com que lhe acolhe as agressões;
9 e quem, por fim, consegue beneficiar-se, resguardando o próprio coração, por imunizá-lo contra a queda em revide ou violência.


10 O ofendido, entretanto, tão somente obterá tudo isso, caso se disponha a esquecer o mal e perdoar o adversário, prosseguindo sem reclamar na construção incessante do bem e na sustentação da harmonia, porque, toda vez em que nos transformamos levianamente em ofensores, passamos à posição de doentes da alma, necessitados de compaixão e de socorro, a fim de que não venhamos a cair em condição pior.


Emmanuel



(Reformador, outubro 1972, p. 273.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir