“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.” — PAULO (2 Timóteo, 2.6)
1 Além do salário amoedado o trabalho se faz invariavelmente, seguido de remuneração espiritual respectiva, da qual salientamos alguns dos itens mais significativos:
2 acende a luz da experiência;
3 ensina-nos a conhecer as dificuldades e problemas do próximo, induzindo-nos, por isso mesmo, a respeitá-lo;
4 promove a autoeducação;
5 desenvolve a criatividade e a noção de valor do tempo;
6 imuniza contra os perigos da aventura e do tédio;
7 estabelece apreço em nossa área de ação;
8 dilata o entendimento;
9 amplia-nos o campo das relações afetivas;
10 atrai simpatia e colaboração;
11 extingue, a pouco e pouco, as tendências inferiores que ainda estejamos trazendo de existências passadas.
12 Quando o trabalho, no entanto, se transforma em prazer de servir, surge o ponto mais importante da remuneração espiritual:
Toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por tempo indeterminado.
13 E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os mecanismos da Justiça Terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos prestado algum benefício aparece em nosso auxílio, já que semelhantes companheiros se convertem espontaneamente em advogados naturais de nossa causa, amenizando as penalidades em que estejamos incursos ou suprimindo-as, de todo, se já tivermos resgatado em amor aquilo que devíamos em provação ou sofrimento, para a retificação e tranquilidade em nós mesmos.
14 Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer parte, ser-nos-ão sempre apoio constante e promoção à Vida Melhor.
Emmanuel
(Reformador, março 1973, página 77.)