1 És, minha mãe, a estrela da lembrança,
Brilhas na dor que a saudade produz.
Ditavas-me as lições do Herói da Cruz,
Mas tudo recusei… Pedi mudança…
2 Ouro e poder!… Não há nada que os vença!…
A febre da ambição ninguém traduz…
Ninguém sabe os caminhos que transpus
Para formar minha fortuna imensa…
3 Tudo a morte varreu, em ações frias;
Quero contar-te a mágoa de meus dias,
Falar-te sobre a angústia dos meus ais!…
4 Quero rever-te!… Agora ou no futuro?
Vem afastar-me do meu canto escuro,
Onde a saudade existe e nada mais!…
Antônio Vieira
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