Hele Alves — Eu queria saber agora o seguinte: Os espíritas dizem que os renascimentos sucessivos da criatura humana têm por objetivo a sua evolução. Outras correntes espiritualistas como os teosofistas, os messiânicos, também dizem que nós estamos no limiar a!e uma era de grande beleza, a era de Aquário, na qual a humanidade será muito feliz. Eu gostaria de perguntar ao senhor o seguinte. — Se temos mais de uma dezena de séculos de evolução, se estamos no limiar de uma era de encontro da criatura humana consigo própria, como que o senhor explica as violências do mundo atual como a guerra do Vietnã, a violência da sociedade de consumo. Isso a nosso ver, não representa uma grande evolução da humanidade.
Chico Xavier — Esses fenômenos todos — diz o nosso Emmanuel que está
presente — caracterizam mesmo o período de transformação em que nós
nos encontramos. Diz ele: O nosso companheiro materialista dirá: Natureza.
Mas para nós os religiosos, Natureza é sinônimo de manifestação de Deus.
Então Deus cria a Natureza, Deus cria a vida, mas o homem, os homens
ou as mulheres do planeta, são filhos de Deus e podem modificar a criação
de Deus. Nós nos encontramos no limiar de uma era extraordinária, se
nos mostrarmos capacitados coletivamente a recebê-la com a dignidade
devida. Se os países mais cultos do globo puderem suportar a pressão
dós seus próprios problemas, sem entrar em choques destrutivos, como,
por exemplo: guerra de extermínio, que deixará consequências imprevisíveis
para nós todos no planeta, então veremos uma era extraordinariamente
maravilhosa para o homem, porque a própria automação — diz ele — nos
está dizendo que vamos ser aliviados ou quase que aposentados do trabalho
mais rude no trato com o planeta, para a educação da nossa vida mental,
através de informações sobre o Universo com proveito enorme, proveito
incalculável para benefício da humanidade. Mas isso terá um preço. Será
o preço da paz. Se pudermos nos suportar uns aos outros, amar uns aos
outros, seguindo os preceitos de Jesus, até que essa era prevaleça,
provavelmente no próximo milênio, não sabemos se no princípio, se nos
meados ou se no fim. O terceiro milênio nos promete maravilhas, mas
se o homem, filho e herdeiro de Deus, também se mostrar digno dessas
concessões. Senão vamos aguentar nós todos, talvez com as estacas zero
ou quase zero para recomeçar tudo de novo.
Francisco C. Xavier
Emmanuel