1 Por vezes, apresentas-te como sendo um feixe de aflições e cansaços e, por isso, declaras-te incapaz de apoiar os irmãos que sofrem; 2 dizes-te carregando fardos pesados de imperfeições e, por esse motivo, não te encorajas a edificar o espírito alheio nas lições da fé; 3 acreditas-te em erro e, nessa suposição, afirmas-te sem recursos para tratar dos assuntos da alma; 4 caíste em acessos de intemperança mental, desvairando-te na irritação e, à face disso, não te crês na altura de orientar os passos alheios…
5 Muitos companheiros se estribam em semelhantes enunciados para desertarem do serviço a fazer.
6 Todavia, reflitamos, de algum modo, nessas enganosas alegações.
7 Se não conhecesses inquietude e fadiga, provavelmente não conseguirias ajudar aos que jazem de ombros escalavrados, sob o lenho da exaustão;
8 se não assinalasses os próprios defeitos, muito dificilmente registrarias o dever de amparar aos que se debatem nas sombras;
9 se vives absolutamente acima de quaisquer tentações, talvez não possas compreender o suplício de quantos se mergulham na dor do arrependimento;
10 se ainda não padeceste os constrangimentos de alguma falta cometida, é possível não saibas agir com segurança no socorro espiritual aos que carregam feridas na consciência…
11 Decerto que as Leis Divinas não estabelecem o erro como sendo condição para o acerto, entretanto, são tão raros, — mas efetivamente tão raros, — os Espíritos que já sabem, na Terra, conservar a virtude sem orgulho, que o Senhor nos permite a liberdade de palmilhar caminhos de sombra e luz, a fim de que através das experiências felizes e menos felizes, venhamos a adquirir mais alto nível de compreensão, de uns para com os outros.
12 E isso acontece, jamais para que nos afastemos da seara do bem e sim para que nos empenhemos a servir, a benefício do próximo, mais e mais, abrindo incessantemente novas fontes de misericórdia e novos refúgios de entendimento no coração.
Emmanuel