1 Nos trabalhos da assistência
Aos filhos da expiação,
Ouve a bondade em silêncio
No templo do coração.
2 Cede pão ao companheiro
Que segue, triste, ao relento;
Contudo, atende a quem chora
Com fome de entendimento.
3 Alonga braços fraternos
Às aflições da orfandade,
Mas domina, onde estiveres,
A própria agressividade.
4 Estende o olhar de ternura
Que em toda parte é bem-vindo;
Entretanto, foge à inveja
Que observa, destruindo…
5 Na praça pública, acende
O verbo em luz a brilhar;
Todavia, não te esqueças
Da caridade no lar.
6 Não te prendas ao supérfluo,
Reparte as sobras da mesa,
Mas satisfaze na luta
Ao culto da gentileza.
7 Distribui roupa e calçado,
Socorre a chaga e a doença;
Evita, porém, guardar
A sombra da desavença.
8 Protege o irmão que a amargura
Tanta vez castiga e arrasa,
Mas suprime, sem revolta,
As dores da própria casa.
9 Socorre os padecimentos
De quem se cansa e baqueia;
No entanto, respeita em tudo
O campo da vida alheia.
10 Ampara sempre a quem sofre.
Contudo, em louvor do bem,
Não critiques, nem censures,
Nem penses mal de ninguém.
Casimiro Cunha
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