1 Anota os próprios impulsos,
Ideias, votos e assomos.
A vida é assim qual espelho ;
Reflete-nos tais quais somos.
2 Não esmoreças no bem,
Nos dias de sombra e prova,
Quem trabalha acha em si mesmo
A força em que se renova.
3 Quem se entrega às boas obras
Não sofre como se diz;
Quanto mais luta e trabalha,
Tanto mais se vê feliz.
4 Quem ama, serve e prossegue
Sem desprezar a ninguém,
Encontra no próprio mal
A sementeira do bem.
5 Se o erro te punge o peito,
Serve e segue, coração;
Os astros brilham no escuro,
As flores nascem do chão.
6 No rio de teus deveres
Não descanses, toca o barco.
A água parada é a que cria
A pestilência do charco.
Sylvio Fontoura
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