1 “Sou tua!” — A jovem diz com garbos de princesa,
Ao jovem lavrador de presença singela.
São noivos entre os dois, no entanto, a bela
Desposa outro rapaz aos sonhos de riqueza.
2 O moço agricultor suicida-se por ela,
Esmagado em delírios da tristeza,
Passa o tempo, lembrando a correnteza
De um rio enorme que se desatrela!…
3 Chega, um dia, no Além, a jovem já senhora,
Pede para ser mãe do seu amor de outrora,
Ao vê-lo mudo e louco, olhar triste e sem brilho…
4 Ela torna-se mãe… Dela o filho renasce,
E, enquanto ela o carrega, ele lhe esmurra a face,
E ela pede a chorar: — “Não me batas, meu filho!…”
Valentim Magalhães
|