1 Você me pede conselhos,
Meu caro Joaquim Belém,
Mas ainda estou mambembe,
Não posso guiar ninguém.
2 A morte não é prodígio,
É tão só ato de lei.
Continuo a ser Jair,
Apenas desencarnei.
3 Notando a sinceridade
Que o seu pedido traduz,
Peçamos, nós dois, ao Céu
Equilíbrio, paz e luz.
4 Fujamos da esnobação
Que vem de cabeça oca,
Conservemos com cuidado
Muita cautela na boca.
5 Para fazer bem aos outros,
Cultivemos ação pronta,
Esquecendo tudo aquilo
Que não é de nossa conta.
6 Eu não posso dar conselho…
Estou criando juízo;
Qualquer conselho que eu dê,
Estou dando o que preciso.
Jair Presente
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