O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Parnaso de Além-Túmulo — Autores diversos


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Alfredo Nora

Alfredo José dos Santos Nora nasceu em 18 de novembro de 1881, no município de Piraí, Estado do Rio, e desencarnou em 13 de novembro de 1948. Depois de estudar engenharia até ao 4.º ano do curso, tornou-se funcionário da Central do Brasil, aposentando-se como Agente de 1ª classe. Poeta e jornalista, colaborou em várias revistas e jornais.



Carta ligeira

Meu Lasneau, não é bilhete,
Não é ofício, nem ata.
É o coração que desata
Meus pesares num lembrete.




I

1 Lasneau amigo, esta choça,
Onde a carne, breve, passa,
Cheia de lama e fumaça,
É minúscula palhoça.


2 A Terra, ante o sol da Graça,
É feio talhão de roça,
Detendo por balda nossa
Descrença, guerra e cachaça


3 Agora é que entendo isso,
Mas é triste a fé sem viço
Que o sepulcro impõe à pressa…


4 Espere sem alvoroço,
Além da prisão de osso,
A vida real começa.


II

1 Oh! meu caro, se eu pudesse
Dizer tudo o que não disse,
Sem a velha esquisitice
Que inda agora me entontece!


2 Entretanto, é clara a messe
Da sementeira de asnice.
Perdi tempo em maluquice
E o tempo me desconhece.


3 É natural que padeça
A minha pobre cabeça
Perante a Luz, face a face.


4 Não me olvide em sua prece,
Desejo que a luta cesse,
Que a coisa melhore e… passe.


Alfredo Nora


Texto extraído da 6ª edição desse livro. — Revista e ampliada pelos autores espirituais.

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