1 Referimo-nos, frequentemente, à necessidade de perdoar aos outros, acomodando-nos à situação de vítimas. Entretanto, é raro nos coloquemos na posição das criaturas que precisam da tolerância alheia.
2 E semelhantes situações nos aparecem vezes e vezes, quase sempre sem que nos apercebamos disso, conscientemente.
Isso acontece:
3 quando nos distraímos, a ponto de esquecer as próprias obrigações;
4 quando largamos os encargos que assumimos, sem pensar que sobrecarregamos os ombros alheios;
5 quando estamos apreensivos ou tensos e arremetemo-nos sobre os que nos cercam quais se fossem culpados de nossas tribulações;
6 quando aderimos ao boato, prejudicando pessoas ou envenenando acontecimentos;
7 quando arremessamos as farpas vibratórias da crítica negativa sobre os nossos irmãos, às vezes, até mesmo sem lhes conhecer a intimidade;
8 quando nos rendemos às tentações do ciúme e do egoísmo;
9 ou quando estendemos queixas e lamentações, complicando os problemas do próximo.
10 Observando o assunto em sã consciência, conquanto nos reconheçamos nos domínios do óbvio, convém registrar que não somente necessitamos desculpar os outros, mas também precisamos ser perdoados, porquanto se hoje nos cabe doar o apoio da tolerância, a benefício daqueles que nos compartilham a vida, é possível que amanhã surja para nós a necessidade de receber.
Emmanuel