1 Volta ao pó dos mortais, homem que vens, depressa,
A chave procurar do enigma que encerra
A paragem da morte, o mais além da Terra,
Onde o sonho termina e a vida recomeça.
2 Volve ao sono cruel da tua carne obscura,
Amassa com o teu pranto o pão de cada dia,
Vai com o teu padecer sobre a estrada sombria,
Para depois ouvir a voz da sepultura.
3 Tomé, coloca as mãos na tua própria chaga,
Perambula na dor da tua noite aziaga,
Porque a treva e o sofrer sempre hão de acompanhar-te!
4 Reconhece o quanto és ignorante ainda.
A vida é vibração ilimitada, infinda,
E o seu grande mistério existe em toda parte.
José Duro
|