1 Suporta calmo a dor que padeceres,
Convicto de que até dos sofrimentos,
No desempenho austero dos deveres,
Mana o sol que clareia os sentimentos.
2 Tolera sempre as mágoas que sofreres,
Em teus dias tristonhos e nevoentos;
Há reais e legítimos prazeres
Por trás dos prantos e padecimentos.
3 A dor, constantemente, em toda a parte,
Inspira as epopeias fulgurantes,
Nas lutas do viver, no amor, na arte;
4 Nela existe uma célica harmonia
Que nos desvenda, em rápidos instantes,
Mananciais de lúcida poesia. n
Francisco Xavier
Cruz e Souza
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