1 Olhos de freira, triste e magoados,
Sob o guante das dores mais severas,
Olhos que não contemplam primaveras,
Primaveras das flores dos pecados.
2 Olhos calmos e lindos, aureolados,
De irradiações formosas, mas austeras,
Grandes e belos, olhos sossegados,
Longe do mundo, longe das quimeras…
3 Quem poderá dizer qual o mistério,
Desses olhos de dúlcida piedade,
Sempre fitos no azul do espaço etéreo?
4 Talvez alguma dor desconhecida,
Existe sob o véu de suavidade,
Desses olhos que sonham noutra vida!
Francisco Xavier
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