1 No Gólgota da dor de onde se eleva
A cruz do suplício, o Cristo agoniava;
2 Enviava com amor à torva multidão,
O seu último olhar de paz e de perdão.
3 Porém a aflita Mãe, abraçando o madeiro,
Vendo o Filho a sorrir no espasmo derradeiro,
4 Sentia dentro em si a seta pontiaguda,
A fazer-lhe sofrer a dor estranha e muda!
5 Trazia o coração em mágoas, lacerado,
Sentido a mesma dor do Filho muito amado.
6 E, vendo-lhe o palor agônico da morte,
A Mãe cheia de amor num último transporte,
7 Os olhos divinais a transbordar de brilho
Só podia gemer a soluçar: — Meu Filho!…
Francisco Xavier
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