Poeta! Alma infinita em infinito amor,
que sublimas a dor em luzes divinas,
ergue do ser no caos mirífico fulgor,
esplende o teu valor em lúcidos fanais!
Clarar o mundo vil, erguê-lo do palor,
só almas de cantor, só almas imortais!
Poeta, excelsa luz, em místico esplendor,
diviniza a dor teus cantos fulgurais!
Que vale a tua cruz? Que vale o teu sofrer?
Que vale o teu viver? Que vale este teu ser?
Se a tua glória é crer? Poeta, alma bendita!
O mundo ao contemplar-te há de mordaz dizer:
– O meu viver, meu ser, a cruz, o meu sofrer
valem no peito eu ter só luzes infinitas!…
Hilton Gonçalves a Francisco Xavier
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