O alfabeto assemelha-se a escala musical. Com as notas são compostas múltiplas e belas melodias.
Assim também as palavras escritas criam romances, comunicados, poemas, versos e páginas imperecíveis que os próprios séculos não conseguem destruir.
Os pensamentos escritos pelo amigo Carlos Augusto, nobre poeta e filósofo do Plano Espiritual, criaram este livro que se constitui de lições e observações que fazem das palavras verdadeiros cânticos de beleza e deduções imortais.
Emmanuel
Uberaba, 15 de abril de 1993.
IDENTIFICAÇÃO
Carlos Augusto, também conhecido pelo nome de Gugu, chama-se Carlos Augusto Ferraz Lacerda, é filho do médico Dr. Oswaldo Lacerda, de saudosa memória e de D. Ynayá Ferraz Lacerda, residente na Capital do Rio de Janeiro.
Carlos Augusto faleceu no desabamento do cine Rink, em Campinas, Estado de S. Paulo, em 16 de setembro de 1951. — Nota do Médium
Pensamentos de Carlos Augusto
1 Alicerces demandam segurança.
E, por isso, não se justificam decisões apressadas.
2 O amor é gravitação sem ser cativeiro.
3 Não se renda às sugestões da tristeza e nem às requisições do desalento.
4 Somos jardineiros, colhendo rosas no espinheiral, semeadores compelidos à lama da Terra, a fim de que a nossa lavoura produza para o Bem, e operários da Luz, constrangidos a sofrer o assédio da sombra para que a nossa tarefa se faça proveitosamente cumprida. ( Idem )
5 Desculpemos o espinheiro da senda e esqueçamos o pedregulho do caminho…
Espinhos espirituais dão rosas de paciência e renúncia e pedras morais trazem consigo o ouro do Conhecimento Superior.
6 Desculpemos sem condições.
7 É preciso servir sem desanimar e compreender sem exigência.
8 Ame, tolere, aguarde, trabalhe, auxilie e perdoe… Seis verbos tão simples na formação labial e tão importantes à nossa felicidade!…
9 O triunfo na Terra pede o esquecimento de qualquer sombra, para que a luz da Divina Providência não nos encontre inabordáveis. ( Idem ) ( Idem )
10 Com Jesus, a saudade é anseio sem ser angústia, sede espiritual sem ser desespero… ( Idem )
11 Não fosse a noite e jamais saberíamos identificar os esplendores do dia.
12 Somos associados de muitas empresas, batalhadores de muitos combates, irmãos de ideal e de alegria, de aflição e de luta em muitas jornadas na Terra.
13 Confiemos no Cristo para que o Cristo confie em nós.
14 Continuemos caminhando sob a inspiração do Divino Mestre. É tudo o que nos será possível fazer de melhor.
De nós mesmos, atentos à insegurança de nossas aquisições, nosso passo seria vacilante entre a luz e a sombra, entre o bem e o mal… Com Cristo, porém, cessam as dúvidas. O sacrifício de nossos desejos aos Desígnios do Senhor é a chave de nossa felicidade real.
15 Somos na Terra confiados ao cadinho purificador do sofrimento e talvez que a estabilidade no mundo fosse apenas estagnação. Zurzem sobre nós azorragues expiatórios e regeneradores, por todos os lados e, por essa razão, ainda mesmo alcançando o desejável equilíbrio material e espiritual no campo da experiência humana, o sofrimento alheio não nos permitiria repouso.
16 No serviço aos nossos semelhantes, vamos descobrindo a estrada necessária à nossa própria elevação.
17 Todos estamos no mundo em processo de renovação.
18 Em torno de nossa embarcação, há muitos náufragos a se debaterem no perigo e no temor, na necessidade e na aflição… Exerçamos a coragem de auxiliá-los.
19 A Providência Divina tudo renova para que se faça o Bem, e com isso as nossas esperanças renascem.
20 Tenhamos serenidade e confiança em Deus na travessia do grande mar, em que simbolizamos a existência na Terra.
21 O amor vence a morte. ( Idem )
22 A evolução caminha na pauta dos séculos, no entanto, podemos seguir adiante, passo a passo, nas linhas sinuosas do aprendizado.
23 Cabe-nos estudar e servir, lutar e enriquecermo-nos com a luz do Conhecimento Superior, tanto quanto se nos faça possível, seja no mundo físico ou na Vida Espiritual.
24 Ainda mesmo, a preço de lágrimas e sacrifícios, avancemos para diante, trabalhando e servindo.
25 O sofrimento é o sinal dos que trabalham pela evolução comum e pelo crescimento espiritual de todos.
26 Atendamos às exigências da jornada evolutiva, recebendo a dor por nossa instrutora divina.
27 Não apagues o sorriso de entendimento nos lábios e conserva, sempre acesa, a chama da esperança no coração.
28 Todos nós, dentro da Lei, somos impelidos a seguir juntos, segundo os compromissos que esposamos. Em conjunto, adquirimos débitos pesados que, em conjunto, devemos ressarcir.
29 Ninguém se renda às sugestões do desalento.
30 É preciso servir sem desanimar e compreender sem exigência.
31 O triunfo na Terra pede esquecimento de toda sombra, para que a luz não nos encontre inabordáveis. ( Idem ) ( Idem )
32 Em qualquer dificuldade, asilemos o pensamento na oração. Ante a luz da prece, os problemas se reduzem e a paz triunfa, invariável. ( Idem )
33 A existência no Plano Físico é na essência, um ato de fé em Deus e em nós mesmos se anelamos a vitória total, no rumo do Plano Superior.
34 O presente é apenas um ponto de passagem no Espaço e no Tempo, ao qual estamos chegando, de muito longe, de viagem para o Grande Futuro…
35 A morte é vida em um novo modo de ser.
36 Ferramentas não nos faltam para lavrar a terra com eficiência e beleza. Saibamos suportar as chuvas de suor que nos encharcam no trabalho e tolerar sem reclamação a canícula das provas que tantas vezes procuram ressecar-nos o coração, para que o título de cultivadores fiéis nos fulgure, um dia na fronte.
37 Doar, aprender, trabalhar e servir sempre são verbos a conjugar em nossa caminhada.
38 Não lhes surpreendam os percalços da marcha. Onde se fecha um caminho, abre-se outro.
39 Nos dias de temporal, por dentro do coração, refugiemo-nos no santuário da prece.
A prece é força da vida ao nosso dispor; por ela, anjos e homens se encontram, facilitando-nos a comunhão com Jesus para a execução de nossas tarefas.
40 Não nos arrependeremos de auxiliar, porque os dias se desdobrarão, imperturbáveis, repondo cada pessoa no círculo que lhe cabe e cada situação no lugar que lhe é próprio.
Carlos Augusto
[1] Nessa brochura impressa em tipos grandes, seus capítulos estão enumerados em algarismos romanos de I a XL; foram, porém, substituídos por indicadores com números arábicos.