Cap. XII — Item 5.
1 Um pensamento de simpatia e de amor para os nossos irmãos que se recuperam!… Muitos são chamados criminosos, mas, em verdade, foram doentes.
2 Sofriam desequilíbrios da alma, que se lhes encravavam no ser, quais moléstias ocultas.
3 Praticaram delitos, sim… Hoje, entretanto, procuram-te a companhia, sonhando renovação.
4 Amaram, ignorando que o afeto deve estar vinculado à harmonia da consciência, e amargaram terrível secura, em labirintos de sombra, a suspirarem agora pelo orvalho da luz.
5 Eram sovinas e sonegavam o pão à boca faminta dos semelhantes; contudo, pretendem contigo o reingresso na escola da caridade.
6 Acreditavam-se em regime de exceção, quando o orgulho lhes assoprava a mentira; no entanto, após resvalarem no erro, refugiam-se em tua fé, anelando refazimento.
7 Renderam-se às tentações e foram pilhados na armadilha do mal; todavia, presentemente, buscam-te os olhos e apertam-te as mãos, ansiando esquecer e recomeçar.
8 Não lhes fites o desacerto.
Alimenta-lhes a esperança.
9 Não te animarias a espancar a cabeça de quem estivesse a convalescer, depois da loucura, nem cortarias a pele em cicatrizes recentes.
10 Enfermos graves da alma, todos nós fomos ontem!…
11 Rende, pois, graças a Deus, se já podes prestar auxílio, porque, se chegaste ao grau de restauração em que te encontras, é que, decerto, alguém caminhou pacientemente contigo, com bastante amor de servir e bastante coragem de suportar.
Albino Teixeira