Cap. X — Item 8.
1 A luz da alegria deve ser o facho continuamente aceso na atmosfera da experiência.
2 Circunstâncias diversas e principalmente as de indisciplina podem alterar o clima de paz, em redor de nós, e dentre elas se destaca a palavra impensada como forja de incompreensão, a instalar entrechoques.
3 Daí o nosso dever básico de vigiar a nós mesmos na conversação, ampliando os recursos de entendimento nos ouvidos alheios.
4 Sejamos indulgentes.
Se erramos, roguemos perdão.
Se outros erraram, perdoemos.
5 O mal que desejarmos para alguém, hoje, suscitará o mal para nós, amanhã.
6 A mágoa não tem razão justa e o perdão anula os problemas, diminuindo complicações e perdas de tempo.
7 É assim que a espontaneidade no bem estabelece a caridade real.
8 Quem não reconhece as próprias imperfeições demonstra incoerência em si mesmo.
9 Quem perdoa desconhece o remorso.
10 Ódio é fogo invisível na consciência.
11 O erro, por isso, não pede aversão, mas, entendimento.
Erro nosso, requer a bondade alheia; erro de outrem, reclama a nossa clemência.
12 A Humanidade dispensa quem a censure, mas necessita de quem a estime.
13 E ante o erro, debalde se multiplicam justificações e razões.
14 Antes de tudo, é preciso restaurar o trabalho em andamento, porque o retorno à tarefa é a consequência inevitável de toda fuga ao dever.
15 Quanto mais conhecemos a nós mesmos, mais amplo em nós o imperativo de perdoar.
16 Aprendamos com o Evangelho, a fonte inexaurível da Verdade.
17 Você, amostra da Grande Prole de Deus, carece do amparo de todos e todos lhe solicitam amparo.
18 Saiba, pois, refletir o mundo em torno, recordando que se o espelho, inerte e frio, retrata todos os aspectos dignos e indignos à sua volta, o pintor, consciente e respeitável, buscando criar atividade superior, somente exterioriza na pureza da tela os ângulos nobres e construtivos da vida.
André Luiz