Cap. XVI — Item 9.
1 Acredita você que só a caridade pode salvar o mundo; entretanto, não se demore na posição de comentarista.
2 Não nos diga que é pobre e incapaz de contribuir na campanha renovadora da sublime virtude.
Senão vejamos:
3 Se você destinar a quantia correspondente a um refrigerante ou um aperitivo em cada cinco doses, segundo os seus hábitos, aos serviços de qualquer hospital, no fim de um mês haverá mais decisiva medicação para certo doente.
4 Se você renunciar ao cinema de uma vez em cada cinco, endereçando o dinheiro respectivo a uma creche, ao término de duas ou três semanas, a instituição contará com mais leite em favor das crianças necessitadas.
5 Se você suprimir um maço de cigarros em cada cinco de seu uso particular, dedicando o fruto dessa renúncia a uma casa erguida para os irmãos distanciados do conforto doméstico, em breve tempo o agasalho devido a eles será mais rico.
6 Se você economizar as peças do vestuário, guardando a importância equivalente a uma delas em cada cinco, para socorro ao próximo menos feliz, no fim de um ano disporá você mesmo de recursos suficientes para vestir alguém que a nudez ameaça.
7 Não espere pela bondade dos outros. Lembre-se daquela que você mesmo pode fazer.
8 É possível que você nos responda que o supérfluo é seu próprio suor, que não nos cabe opinar em seu caminho e que o copo e o filme, o fumo e a moda são movimentados à sua custa.
9 Você naturalmente está certo na afirmativa e não seremos nós quem lhe contestará semelhante direito.
10 A vontade é sagrado atributo do Espírito, dádiva de Deus a nós outros, para que decidamos, por nós, quanto à direção do próprio destino.
11 Todavia, nosso lembrete é apenas uma sugestão aos companheiros que acreditam na força da caridade e só ganhará realmente algum valor se houver algum laço entre a caridade e você.
André Luiz