1 Reconhecido o primor de mecanismo da língua que nascera por fator exato de aproximação das coletividades espirituais, avizinha-se o século XIX com enorme programa de serviço renovador.
2 Caem bastiões do fanatismo e da ignorância. A pesquisa científica desvela novos rumos à mente popular.
3 Aprestam-se enviados ao campo físico para o congraçamento dos homens.
4 O barco de Fulton, a locomotiva de Stephenson, o telégrafo elétrico de Morse, o aparelho de Bell, as fotografias animadas dos irmãos Lumière, a linotipo de Mergenthaler e as ondas de Hertz prenunciam o submarino e o transatlântico, o automóvel moderno e o avião, o cinema e a grande imprensa, o telefone, a radiofonia e a televisão da atualidade.
5 As profecias de Maxwell desbravam caminhos para as ciências atômicas.
6 No cenário de resplandentes promessas, Allan Kardec, na missão de Codificador do Espiritismo, desvenda novos continentes de luz ao Espírito humano, operando a revivescência do Cristianismo, e, tão logo se lhe derramam na Terra as claridades do primeiro livro revelador, em 1857, decide-se a reencarnação do grande mensageiro da fraternidade.
7 Corporifica-se Zamenhof, em 1859, num lar da Polônia, então associada ao Império Moscovita, cujos povos congregados falavam e escreviam em quase duzentas línguas diversas.
8 Retomando gradualmente as potencialidades que o enriqueciam na Esfera Superior, sente-se amparado pelos mesmos amigos que o ajudaram na constituição do idioma internacional.
9 E, ante as farpas da crítica e sob os latejos da ingratidão, atormentado, incompreendido pela maioria dos contemporâneos, ferido por muitos e apedrejado em seus sentimentos mais caros, recompõe o Esperanto para os povos terrestres, encetando nova estrada para a unificação mundial.
Francisco Valdomiro Lorenz