22 Aportando em Cesareia, depois de subir e saudar a Igreja, desceu para Antioquia. 23 Passado algum tempo, partiu, atravessando sucessivamente a região da Galácia e Frígia, tornando resolutos todos os discípulos. — (Atos 18:22, 23)
36 Através n de enormes dificuldades, mas pregando sempre a Boa Nova com verdadeiro entusiasmo devocional, chegaram ao porto de Cesareia, † onde permaneceram alguns dias, instruindo os interessados no conhecimento do Evangelho. Dali, dirigiram-se a pé para Jerusalém, distribuindo consolações e curas, ao longo dos caminhos. Chegados à capital do judaísmo, o ex-pescador de Cafarnaum recebeu-os com júbilos inexcedíveis. Simão Pedro apresentava grande abatimento físico, em virtude das lutas terríveis e incessantes para que a igreja suportasse, sem maiores abalos, as tempestades primitivas; seus olhos, porém, guardavam a mesma serenidade característica dos discípulos fiéis.
37 Paulo entregou-lhe, alegremente, a pequena fortuna, cuja aplicação iria assegurar maior independência à instituição de Jerusalém, para o desenvolvimento justo da obra do Cristo. Pedro agradeceu comovido e abraçou-o com lágrimas. Os pobres, os órfãos, os velhos desamparados e os convalescentes teriam doravante uma escola abençoada de trabalho santificante.
Pedro notou que o ex-rabino também estava alquebrado de corpo. Muito magro, muito pálido, cabelos já grisalhos, tudo nele denunciava a intensidade das lutas empenhadas. As mãos e o rosto estavam cheios de cicatrizes.
38 O ex-pescador, diante do que via, falou-lhe com entusiasmo das suas epístolas, que se espalhavam por todas as igrejas, lidas com avidez; profundamente experimentado em problemas de ordem espiritual, alegou a convicção de que aquelas cartas provinham de uma inspiração direta do Mestre Divino, observação que Paulo de Tarso recebeu comovidíssimo, dada a espontaneidade do companheiro. Além disso — acrescentava Simão prazerosamente —, não podia haver elemento educativo de tão elevado alcance quanto aquele. Conhecia cristãos da Palestina † que guardavam cópias numerosas da mensagem aos tessalonicenses. As igrejas de Jope † e Antipátris, † por exemplo, comentavam as epístolas, frase por frase.
O ex-rabino sentiu imenso conforto para prosseguir na luta redentora.
39 Após alguns dias, demandou Antioquia, † junto dos discípulos. Descansou algum tempo junto dos companheiros bem-amados, mas sua poderosa capacidade de trabalho não permitia maiores intermitências de repouso.
Nessa época, não passava semana que não recebesse representações de diversas igrejas, dos pontos mais distantes. Antioquia de Pisídia † sumariava dificuldades; Icônio † reclamava novas visitas; Bereia † rogava providências. Corinto † carecia esclarecimentos. Colossas † insistia por sua presença breve. Paulo de Tarso, valendo-se dos companheiros da ocasião, enviava-lhes letras novas, a todos atendendo com o maior carinho. Em tais circunstâncias, nunca mais o Apóstolo dos gentios esteve só na tarefa evangelizadora. Sempre assistido por discípulos numerosos, suas epístolas, que ficariam para os cristãos do futuro, estão, em sua maioria, repletas de referências pessoais, suaves e doces.
40 Terminando o estágio em Antioquia, voltou ao berço natal, aí falando das verdades eternas e conseguindo despertar grande número de tarsenses para as realidades do Evangelho. Em seguida, internou-se de novo pelas alturas do Tauro, † visitou as comunidades de toda a Galácia † e Frígia, † levantando o ânimo dos companheiros de fé, no que empregou elevada percentagem de tempo. Nesse afã incansável e incessante, consegue arregimentar novos discípulos para Jesus, distribuindo grandes benefícios em todos os recantos iluminados pela sua palavra edificante, porque também ilustrada em fatos.
Em toda parte, lutas sem tréguas, alegrias e dores, angústias e amarguras do mundo, que não chegavam a lhe arrefecer as esperanças nas promessas de Jesus. De um lado, eram os israelitas rigorosos, inimigos ferrenhos e declarados do Salvador; do outro, os cristãos indecisos, vacilando entre as conveniências pessoais e as falsas interpretações. O missionário tarsense, no entanto, conhecendo que o discípulo sincero terá de experimentar as sensações da “porta estreita” ( † ) todos os dias, nunca se deixou empolgar pelo desânimo, renovando a cada hora o propósito de tudo suportar, agir, fazer e edificar pelo Evangelho, inteiramente entregue a Jesus-Cristo.
Emmanuel
[1] Modificar para quê? No texto original da 5ª edição (1955) de Paulo e Estêvão consta: “Através de enormes dificuldades,” e não “Por meio de enormes dificuldades,” como está impresso neste livro, que traz excertos extraídos da nova edição de Paulo e Estêvão.
(Paulo e Estêvão, FEB Editora. Segunda parte. Capítulo 7, pp. 385 a 387. Indicadores 36 a 40)