1 Não bastará clamar, “Senhor! Senhor!…”, ( † ) para atravessarmos vitoriosamente as portas da iluminação espiritual.
2 Muitos clamam pela proteção do Mestre, em lágrimas de amargosa compunção, mas não lhe aceitam os desígnios salvadores. Esperam pelo Benfeitor divino, à maneira de crianças caprichosas, habituadas a viciosas exigências.
3 Muitos apelam para Jesus, reclamando-lhe socorro e assistência, declarando-se extenuados pelas pequenas lutas que lhes couberam no mundo, entretanto, são cegos para os fardos pesados que os vizinhos suportam heroicamente e incapazes de oferecer a mais leve migalha de cooperação ao próximo sofredor.
4 Muitos repetem o nome do Amigo celeste, não para materializar-lhe os princípios sublimes no mundo, mas para conquistarem destacado lugar no banquete da dominação humana.
5 Muitos se reportam ao Mestre da cruz, rogando-lhe refúgio entre os anjos, todavia, conservam-se em plena fuga ao serviço que o Céu lhes conferiu, entre as criaturas, na Terra, para soerguimento da humanidade.
6 O problema da redenção não está situado em nossos lábios, mas, acima de tudo, em nosso coração e em nossos braços, que devemos mobilizar a serviço dos outros e em favor de nós mesmos.
7 Apliquemo-nos, pois, à ação permanente do bem e, convictos de que “a cada um será dado segundo as próprias obras”, ( † ) procuremos a nossa posição de servidores, no abençoado campo do Espiritismo, que nos oferece recursos sublimes à sementeira de nossa felicidade imortal.
Emmanuel
(Reformador, dezembro de 1955, página 287)