1 LEONARDO, abatido e humilhado, levantou os olhos tristes e rogou:
— Perdoa-me, Senhor!…
2 Em seguida exclamou, desalentado:
— Que será de mim? Perdi o meu dia, desprezei o caminho para o Céu e, sobretudo, fiz o mal aos meus semelhantes…
3 Nesse momento, notou que sombras espessas caíam na paisagem. Não mais via os astros brilhantes, nem as águas, nem as árvores, nem os passarinhos. 4 Cravou os olhos em Jesus, entretanto, sentia também extremas dificuldades para enxergar o Mestre… 5 Queria prolongar indefinidamente aqueles minutos sublimes na companhia do Celeste Amigo para saber mais, muito mais.
6 Percebendo, porém, que o Cristo se afastava, estendeu os braços na direção d’Ele e interrogou, ansiosamente:
— Que será de mim, Senhor?
7 Leonardo não conseguiu mais divisar o Mestre, mas ouviu-lhe ainda a voz que respondia:
— Esperarei por ti, amanhã…
8 Desejou levantar-se e correr para procurá-lo… Entretanto, não conseguiu fazê-lo. A sombra aumentava, aumentava sempre e uma força estranha e invencível chumbava-lhe os joelhos ao solo em que se achava genuflexo.
9 Depois de penosos minutos de aflição, dentro dos quais se sentia numa noite horrível de trevas, acordou, agitado, chorando intensamente…
10 Mas, em seus ouvidos de menino transformado, ressoavam ainda as palavras do Divino Mestre:
— Esperarei por ti, amanhã…
Veneranda
FIM
NOTA DA EDITORA: Recomendamos aos nossos pequenos leitores e amiguinhos a interessante história — OS FILHOS DO GRANDE REI — escrita especialmente para as crianças do século XX.