1 Irmão, aqui estou! Abre-me a porta
Da boa casa de tu’alma e abriga
Quem chegou com a esperança que conforta
E uma palavra amiga!
2 Só quero que me escutes um instante,
Não mais desejo que falar de amor!
Tenho na voz a música fragrante
Da brisa sobre a flor!
3 Assim eu te procuro… sei que choras,
Que é muito grande a tua solidão,
Como infinitas são as tuas horas
Tecidas de aflição!
4 Toma, pois, do meu cálice e renova
A Fé que te erguerá em tua dor.
Transborda a minha taça da luz nova,
Que é vinho do Senhor!
5 Deixa, então, que em teus olhos amanheça
Um novo dia, ao sol da confiança…
E em todos os caminhos resplandeça
Em nome da Esperança!
6 Vamos, abre-me a porta de tu’alma,
As almas tristes são mais generosas.
Minha oferenda é bálsamo que acalma
Como as mãos piedosas!
7 Aqui estou. Confia-me, afinal,
Teu coração e juntos seguiremos!
Nos caminhos do Amor não reina o mal,
Por ali andaremos!…
8 Quem sou? A voz da vida clara e bela,
E é em meu seio que a dor se refugia!
Perdoa-me a roupagem tão singela,
Sou tua Irmã Poesia!
Judas Isgorogota
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