1 Aspiras à união com Jesus e, consequentemente, à vitória da paz em ti mesmo.
2 Para conseguir semelhante realização, será preciso, porém, penetrar mais profundamente no significado das palavras do Cristo: “e aquele que quiser vir em meus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. ( † )
3 A fim de que os liames inferiores da personalidade sejam desatados, de modo a empreendermos a marcha na direção do Senhor, é necessário, entretanto, desarraigá-los de nossa realidade e não da realidade dos outros.
4 Por isso mesmo, se nos propomos renovar-nos, é imperioso deixar que os demais livremente se renovem.
5 Não tiveste o pai que desejarias e nem a progenitora que esperavas? Ama-os, tais quais se revelam, e abençoa-os pelo bem que te fizeram, trazendo-te à escola humana.
6 Não achaste o esposo ou a esposa, na altura de teus ideais? Aceita o companheiro ou a companheira que a vida te deu, exercendo a tolerância e o amor, observando que todos somos ainda Espíritos incompletos, na oficina da evolução.
7 Não possuis nos filhos os seres afins com que sonhavas? Acolhe-os como são e dá-lhes a melhor ternura da própria alma, na certeza de que também eles estão a caminho da perfeição que para nós todos ainda vem muito longe.
8 Não vês nos irmãos e nos amigos os gênios de bondade e abnegação que supunhas? Abraça-os, qual se mostram e oferece-lhes o apoio fraterno que se te faça possível, sem algemá-los a pontos de vista.
9 Cada criatura vive na realidade que lhe é característica. Em toda parte, cada um de nós em sua luta, em sua dificuldade, em sua prova, em seu problema.
10 Enquanto nos pomos a censurar, não conseguimos entender.
11 Enquanto exigimos, não aprendemos a auxiliar.
12 Deixemos cada companheiro ou companheira de caminho, na realidade que lhes toca e, amando e abençoando a todos, atendamos à realidade que nos diga respeito, reconhecendo que não nos achamos no educandário da experiência para dar as lições alheias e sim dar conta das lições outras que, pelas aulas do dia a dia, a própria vida confere a nós.
Emmanuel
(Reformador, agosto 1970, p. 177)