1 O texto evangélico, ante a luz da Doutrina Espírita, não se refere aos médiuns categorizando-os por fachos ou estrelas, anjos ou santos.
2 Com muita propriedade, reporta-se a eles como sendo árvores frutíferas.
3 E sabemos, à saciedade, que as árvores produzem segundo a própria espécie.
4 Não vivem sem irrigação e sem adubo; entretanto, o excesso de uma e outro pode perdê-las.
5 Em verdade, não prescindem do cuidado e do carinho de cultivadores atentos; contudo, se obrigam a tolerar vento e chuva, canícula e tempestade.
6 São abençoadas por ninhos e melodias de pássaros amigos; todavia, suportam pragas que por vezes lhes carcomem as forças e pancadas de criaturas irresponsáveis que lhes furtam lascas e flores.
7 Registram a gratidão das almas boas que lhes recolhem o favor e a utilidade, mas aguentam o assalto de quantos lhes tomam a golpes de violência ramos e frutos.
8 E, conquanto estimáveis aos pomicultores, que lhes garantem a existência, são submetidas por eles mesmos à poda criteriosa e providencial, com vistas ao rendimento e melhoria da produção.
9 Assim também são os médiuns da Terra, postos no solo da experiência para a extensão do bem de todos.
10 E anotemos que, semelhantes às árvores preciosas, todos eles, por muito dignos, como sucede a qualquer criatura humana, se elevam em pensamento no rumo do Céu, conservando, porém, os próprios pés nas dificuldades e deficiências do chão.
Emmanuel