1 Em te referindo aos afortunados, lembra-te de que o sofrimento dos ricos não se encontra no ouro que lhes abastece as arcas, mas sim no desvairado apego aos recursos amoedados com que muitos deles se encarceram na sombra.
2 Não olvides, ainda, o valor substancial que flui do dinheiro generosamente aplicado, na gota de leite à criancinha menosprezada, no remédio ao enfermo sem ninguém, no socorro aos irmãos infelizes que estagiam em padecimentos acerbos e no agasalho aos que tiritam de frio para que o companheiro do mundo, algo podendo dar, te encontre a frase estimulante e amiga a incentivar-lhe o passo nas boas obras.
3 Em te reportando à cultura intelectual, recorda que não é a instrução a infelicidade dos espíritos orgulhosos, mas, sim, a lamentável superestimação de si mesmos que lhes sitia a existência na cegueira da vaidade.
4 Não te esqueças, ainda, dos bens infinitos que vertem, constantemente, das fontes da educação, no devotamento do professor que ilumina o santuário da escola; na ciência do médico que sana a enfermidade; no conhecimento do técnico que te assegura o trabalho; e na abnegação do escritor reto e nobre que te preserva a cabeça contra os detritos da ignorância, para que o companheiro do mundo, algo podendo ensinar, se veja amparado em tua palavra reedificante, fazendo-se valoroso operário na sementeira da luz.
5 Não condenes, a ninguém, explanando sobre o ministério do Cristo que a todos nos reuniu na mesma construção de solidariedade e de amor.
6 Isso, porque o progresso real não prescinde de todos os ingredientes valiosos à exaltação da vida, na qual é preciso elevar o coração à altura do cérebro e horizontalizar o cérebro no plano do coração, para que, pensando e sentindo, possamos aprender amando e amar aprendendo, com o justo equilíbrio a orientar-nos a senda para a Vida Maior.
Emmanuel