“Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada.” — Jesus (Mateus, 10.34)
1 Os obreiros da paz são sempre esteios benditos, na formação da felicidade humana.
2 Os que falam na concórdia…
3 Os que escrevem, concitando a serenidade…
4 Os que pregam a necessidade de entendimento…
5 Os que exortam à harmonia…
6 Os que trabalham pelo equilíbrio…
7 Os verdadeiros pacificadores, no entanto, compreendem que a paz se levanta por dentro da luta e, por isso mesmo, não ignoram que ela é construída — laboriosamente construída — por aqueles que se dedicam à edificação do Reino do Amor, entre as criaturas, tais quais sejam:
8 os que carregam os fardos dos companheiros, diminuindo-lhes as preocupações;
9 os que aguentam, sozinhos, pesados sacrifícios para que os entes queridos não se curvem, sob o peso da angústia;
10 os que procuram esquecer-se para que outros se façam favorecidos ou destacados;
11 os que abraçam responsabilidades e compromissos de que já se sentem dispensados, para que haja mais amplas facilidades no caminho dos semelhantes.
12 Em certa ocasião, disse-nos Jesus: — “Eu não vim trazer paz à Terra e sim a divisão”, ( † ) entretanto, em outro lance dos seus ensinamentos afirmou-nos, convincente: — “A minha paz vos dou, mas não vo-la dou como o mundo a dá.” ( † )
13 O Divino Mestre deu-nos claramente a perceber que, para sermos construtores da paz, é preciso saber doar-lhe o bálsamo vivificante, em favor dos outros, conservando, bastas vezes, o fogo da luta pelo próprio burilamento, no fechado recinto do coração.
Emmanuel
(Reformador, junho de 1971, p. 130)