1 Esse triste companheiro
Cujo passo te procura
Ralado de desventura
Que não sabes de onde vem…
2 Esse pedinte arrasado
Por dores desconhecidas,
Emaranhado em feridas,
Sem proteção de ninguém…
3 Esse irmão largado à noite,
De olhar magoado e profundo
Que roga debalde ao mundo
O doce calor de um lar…
4 Essa mendiga que estende
Pobre mão encarquilhada
Cuja penúria na estrada
Ninguém na Terra traduz…
5 Esse doente cansado,
Que se lamenta sozinho
Abandonado ao caminho
A míngua de paz e luz…
6 Essa mãe de filho ao peito
Que em lágrimas se consome
Às vezes com febre e fome
Rogando socorro em vão…
7 Essa criança assustada
Que chora sem rumo certo,
Flor atirada ao deserto
Anjo na cruz da aflição…
8 À frente desses amigos
Que o sofrimento encarcera
Corações em longa espera
Recordai o “Não julgueis”…( † )
9 Eles não pedem censura
Mostrando a necessidade
Ensinam que a caridade
É a lei de todas as leis!…
10 Esses irmãos quase mortos!…
Eis que o Céu nô-los envia
Na estrada do dia a dia
Para as lições do Senhor!…
11 Saibamos ressuscitá-los
Da morte em sombra na prova
Doando-lhes vida nova
Na escola viva do amor!…
Irene S. Pinto
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