1 Senhor!… Sei que nos deste a todos
Um encargo ou missão.
Nada promoves sem objetivo,
Nada fazes em vão.
2 À estrela conferiste
A bênção de aguentar-se e refulgir sem véu,
Tal qual sucede ao Sol que nos conduz
Pelas vias do Céu.
3 Atribuíste à Terra
A função de compor e recompor
A forma em que o trabalho nos confere
A ciência do amor.
4 Colocaste no mar a investidura imensa
De externar-te o poder
E à fonte o privilégio de ensinar-nos
A humildade por norma e o perdão por dever.
5 Comissionaste as árvores amigas,
Em que a lição do bem se exprime e se condensa,
Para a tarefa de guardar-te a vida
E auxiliar sem recompensa.
6 Deste à flor o dom de perfumar
E puseste na estrada o dom de conduzir,
Deste música às aves, deste ao vento
O doce ministério de servir.
7 Tudo te filtra a glória soberana,
Tudo te exalta a Lei,
Em razão disso, eu própria reconheço
Que quase nada sou e quase nada sei.
8 Mas se posso pedir-te alguma coisa,
Converte-me, Senhor, a própria imperfeição
Num canal pequenino que te mostre
A força da bondade e a luz da compaixão.
Maria Dolores
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