O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Mensagens de Inês de Castro — F. C. Xavier / Caio Ramacciotti / Inês de Castro


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Novas reencarnações

Cessada a tumultuada existência nos tempos medievais, D. Afonso IV, ( † ) D. Pedro I ( † ) e Inês de Castro ( † ) retornaram à Terra, no continente europeu, ajustando as vivências do passado de que foi vítima a desafortunada jovem.

Nesses ajustes reencarnatórios, vemo-los, por vezes, à frente dos reinos da Península Ibérica. ( † )

Mas, não reencarnaram apenas nos ambientes de poder. Outras existências houve em que assumiram compromissos distantes do mundo ilusório da vida palaciana.

Foram poucas as novas experiências que viveram no período de quinhentos anos, até o século XIX. Destacamos, resumidamente, a presença de Inês e Pedro na Espanha, entre o último quartel do século XV e meados do século XVI.

Ela, conhecida por Joana, a Louca, ( † ) infeliz aposto que não corresponde à realidade. Ele, como Felipe I, ( † ) da Casa dos Habsburgos. ( † )

Joana era filha dos conhecidos Reis Católicos, Fernando de Aragão ( † ) e Isabel de Castela, ( † ) que uniram suas coroas, lançando as bases da unificação dos reinos ibéricos da Idade Média, à exceção de Portugal. Assim, eliminaram na Península Ibérica os últimos traços da presença árabe, remanescente em Granada, ( † ) ao sul, além de conquistar Navarra ( † ) ao norte.

Dessa unificação nasceria o reino de Espanha. ( † )

Os reis católicos tiveram cinco filhos: Isabel, João, Joana, Maria e Catarina, infantes que tiveram casamentos reais.

Em 1496, Joana casa-se com Felipe I, o Belo, filho de Maximiliano I, ( † ) soberano da dinastia dos Habsburgos da Áustria. Herdou o trono de Castela ( † ) por singular combinação de fatalidades: a morte da mãe, dos irmãos João e Isabel e também do sobrinho Miguel, filho da irmã Isabel ( † ) com o rei Manuel de Portugal. ( † )

Sua vida foi rica de espiritualidade, com o amor acendrado pelo marido, a mediunidade, o sofrimento e a prisão. A perda do companheiro, que faleceu com apenas 28 anos, em 1506, deixando-a grávida, a teria enlouquecido. Por determinação paterna, posteriormente reiterada pelo filho Carlos V, ( † ) permaneceu reclusa no palácio contíguo ao mosteiro de Santa Clara, em Tordesilhas, ( † ) de 1509 até a morte em 1555, aos 76 anos. Viveu afastada dos seus seis filhos a maior parte de sua vida.

A considerada loucura, que a mantinha presa, isolada, nada mais era do que a manifestação de sua mediunidade, em que se destacava a vidência, acentuada com a morte do marido, cuja urna funerária mantinha consigo, carregando-a, num coche fúnebre, pelas cidades e vilas da meseta setentrional da Espanha.

Numa dessas frequentes peregrinações com o corpo do marido, em 1507, deu à luz a filha póstuma, Catarina. ( † )

Seu extraordinário biógrafo, ( † ) Manuel Fernández Álvarez, ( † ) a considera desventurada e não louca, ressaltando a coerência que demonstrava em suas conversas nas raras visitas que recebia, em sua desumana e extrema solidão.

Como veremos a seguir, o período de meio século, em que Joana ficou detida, serviu de preparação para suas atividades mediúnicas à época de Kardec.

Mais tarde, na França do século XIX, esteve Inês envolvida com as tarefas relativas à nascente Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, na roupagem física de Caroline Baudin, filha de Émile-Charles e Clémantine Baudin. Caroline participava, com a irmã Julie, da constelação de médiuns que trabalhou com Kardec na elaboração de O Livro dos Espíritos.

Kardec as estimava muito, dedicando especial carinho e afeição a Caroline, dois anos mais velha que Julie. Aos 18 anos, quando do lançamento da primeira obra da codificação, a 18 de abril de 1857, já denotava Caroline rara evolução e maturidade precoce em sua alegre e angelical postura.

Concluída a tarefa que lhe reservara o Plano Espiritual, Caroline casou-se, em outubro do mesmo ano, com o companheiro do episódio medieval referente a Inês de Castro.

O casal foi residir, com os familiares dela, em Reunião ( † ) — departamento francês no Oceano Índico, constituído por ilhas e arquipélagos — onde o Sr. Émile-Charles Baudin possuía propriedades de cultivo agrícola.

A seguir descreveremos os diálogos na Espiritualidade, entre Isabel de Aragão, ( † ) D. Afonso IV e D. Pedro, em presença de Inês, com o objetivo de preparar-se a próxima encarnação de pai e filho no século XX.


Caio Ramacciotti


Texto extraído da 35ª edição desse livro, revisto e ampliado pelo autor.

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