1 Dentre as boas obras a que nos inclinemos, não nos esqueçamos de uma delas, ao alcance de todos: asserenar o ânimo daqueles que nos cercam.
2 Tanto quanto possas, extingue as labaredas da hostilidade e da discórdia, no silêncio da prece. 3 E dissolve na fonte viva da compreensão o fel do azedume ou o ácido do pessimismo que te alcancem por resíduos de contatos com as ocorrências infelizes.
4 Neste mesmo instante de nosso entendimento, milhares de criaturas jazem à beira do colapso nervoso, aguardando uma frase de otimismo e de esperança da parte de alguém que lhes apóie o esforço de autossuperação e sobrevivência.
5 Aproxima-te dos semelhantes a fim de auxiliá-los.
6 Aqui, temos corações quase sufocados de angústia, ante a falta de seres queridos, contando com uma palavra de fé viva que lhes restaure a confiança no futuro.
7 Ali, surpreendemos os quase desanimados, à face das provas que lhes enxameiam na existência, necessitando de um toque verbal de coragem, de modo a que o desalento não se lhes transforme em moléstia destruidora.
8 Além, surgem os quase suicidas, conturbados por tribulações que se lhes afiguram superiores às próprias forças, na expectativa de uma conversação esclarecedora que lhes suprima o impulso de autodestruição.
9 Mais adiante, aparecem os quase delinquentes, vítimas de ideias envenenadas por insinuações caluniosas, à espera de algum diálogo amigo, capaz de induzi-los ao reequilíbrio e à serenidade.
10 Mais adiante ainda, vemos os quase obsessos, entre a insatisfação e a ansiedade, suspirando por algum apontamento reconfortante que os afaste da queda na insanidade.
11 Compadeçamo-nos uns dos outros e pratiquemos a campanha do pensamento e da palavra que auxiliem a vida.
12 A Terra já possui número suficiente de quantos se fazem geradores de inquietações e fabricantes de lágrimas.
13 Sustentar a tranquilidade alheia é garantir a nossa própria segurança.
14 Convençamo-nos de que a paz dos outros é o apoio de nossa paz.
Emmanuel